CGIE: a intervenção de Fabio Porta (PD) durante a primeira Assembleia do Conselho Geral dos Italianos no Exterior

Roma, 24 de março de 2016 –Assessoria de Imprensa Deputado Fabio Porta

Ao novo CGIE renovo o compromisso e a disponibilidade do Comitê Permanente para os Italianos no Mundo e Promoção do Sistema País da Câmara dos Deputados em colaborar de maneira orgânica e constante.

Essa Assembleia ocorre em uma fase delicada e decisiva para o futuro da presença italiana no mundo e para a relação da Itália com as suas comunidades no exterior.

Dentre alguns meses comemoraremos os 60 anos da tragédia de Marcinelli e os 110 anos do naufrágio do “Sírio”: duas páginas dramáticas da nossa emigração que não devem nunca fazer-nos esquecer o que significou para nós, italianos, emigrar.

Há exatamente dez anos iniciava-se a primeira campanha eleitoral dos candidatos para representar no Parlamento os italianos no mundo e, hoje, estamos às vésperas da conclusão do maior processo de reforma da história das instituições democráticas italianas.

Nesse processo, que vê entre as suas bases a confirmação do voto e da Circunscrição do Exterior, devemos retomar uma reflexão sobre o sistema de representação dos italianos no mundo; uma reflexão que este novo CGIE deveria acompanhar e alimentar, a partir da consideração sobre uma desejável e necessária reforma desse organismo.

Meu conselho é de não ceder ao pessimismo de que está  próximo a eliminação desse organismo, e nem agir na crença de que o CGIE assim como é hoje não será modificado.

A reflexão sobre a auto reforma, porém, não deve também fazer-nos cometer o erro de “olhar para o próprio umbigo”; devemos olhar antes de tudo para as prioridades e para os muitos desafios abertos que interessam a nossas coletividades no exterior.

O Ministro e o Sub Secretário falaram exatamente da crise venezuelana e da grave situação que nossos compatriotas vivem naquele país, principalmente os aposentados, estão atravessando; continuarei a pressionar o governo até que não se encontre uma solução clara e definitiva.

As outras prioridades: a) a língua e a cultura italiana (real e verdadeiro “soft power” da Itália no mundo; b) tutelas sócio assistenciais e previdenciárias  (a serem revistas e atualizadas tendo em vista as ‘novas mobilidades’); c) informação (fundamental para o pleno exercício dos direitos democráticos); d) internacionalização (global e circular).

Finalmente, o “problema dos problemas”, talvez a verdadeira prioridade “número um”: os serviços consulares!

Um tema que precisa ser enfrentado em sua totalidade, sob o aspecto de recursos, mas também sob o aspecto da subsidiariedade e da racionalização da rede consular.

Os recebimentos e todas as contribuições pagas pelos compatriotas aos consulados devem ser restituídas e reinvestidas em melhores serviços consulares; devem ser ativadas as convenções com os patronatos e todas as formas possíveis de colaboração com associações e agências consulares honorárias; os procedimentos consulares devem se tornar homogêneos, segundo a lógica das ‘melhores práticas’.

À renovada atenção e à disponibilidade recebida por parte do Governo, inclusive durante os trabalhos do CGIE, deve porém corresponder uma atitude equivalente por parte da administração.

Muito preconceito, suspeitas e aborrecimentos giram em torno do sistema de representação da Itália no mundo e a falta de convocação por parte de algumas embaixadas das reuniões do Intercomites certamente não foi um belo sinal nesse sentido.

É necessário então trabalharmos juntos e nos organizarmos também nesse caso; somente assim conseguiremos levar a Outra Itália não só à “Sala de Conferências” do Palácio da Farnesina mas também ao país e ao mundo, por uma Itália mais forte e um mundo mais bonito e justo, também graças aos italianos no mundo.

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